Espelhos Tortos

Muita gente precisando urgentemente de novos espelhos.

A minha gente viciou-se em reflexos tortos e ofuscados.

Pessoas, não raramente, por não mudarem,
não aceitam a mudança alheia.

Todo ser muda mais que qualquer espelho.
Nisso não é difícil crer.
Mas então, é só isso.
Muita gente não se reconhece mais,
do ponto em que pararam lá atrás.

Na verdade, nem mesmo o ponto existe mais.
Mas tanto faz.
O espelho torto tem que mudar,
se novamente quiserem sonhar.

Pois acertar as curvas do espelho é possível.
Mas jamais,
podemos no tempo voltar atrás.


                      Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

Vaidade pela Humildade

Ando na minha cidade e tenho vaidade.

Mas vejo o equívoco aparecer diante de todo amanhecer.

Mulheres belas, 
de belas pernas,
na vida e na novela,
na cobertura ou na favela,
que enganosamente contemplam mais a bolsa e sua cor,
do que toda beleza natural e seu louvor.

Admiro mulheres bem vestidas e educadas.
Mas jamais as com falsidade arrumada e aplumada.
Seria a evolução da "perua" para a "perua-camaleoa".
Cada hora com uma bolsa diferente e de cor alternada.
Disfarçada.
No fundo,
no fundo: Uma linda carente arrumada.

É assim mesmo que funciona agente.
Eu mesmo critico, 
mas por outrora admiro a mesma gente.

Carente, que seja.
Ainda bem,
pois se o não?
Quem iria me pedir abrigo e paixão?
Amor e tesão?


Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

1 + 1 nunca é igual a 2

Tenho um lápis na mão e outro no bolso.
Logo, logo me vêm o equívoco de crer que tenho dois então.

To maluco!?
não.

Se eu caio no chão,
e depois meu caro amigo também,
então sou eu e ele ao chão.
Veja bem: "EU" e "ELE",
Logo: "EU" nunca é igual a "ELE".
Então, 
então...
alguém pode dizer: "Dois homens ao chão! Help!".
Mas quem tem razão?
Afinal, 
são dois? ou "EU" e "ELE", o meu irmão?

Assim como nunca coexistem dois grãos de areia iguais,
nunca esqueça meu rapaz,
que juntos ou sós, 
"EU" e "ELE",
sempre perto de dois, somos um infinito de mais.

                           
                         Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

Aparência X Fatos

Aquele que julga pela aparência,
deveria se ater aos fatos.

Há tanta vadia na nobre,
quanto nobre na vadia.
Basta notar a vida e o passar do dia.

Ninguém pode ver o interior,
mas a estampa na calça sim.
Logo, todo mal entendido se espera,
na vida aqui na terra.

O mal entendido não é ruim, faz parte 
da vida e sua arte.

Apenas o Homem deve logo aprender, 
que nem todo dia é amanhecer.
E que nem toda noite é escurecer.
Muito menos se tratando da alma, ou mente,
de quem vai isso ver.

Existem muitas mulheres frágeis que fazem o mal, 
de forma pior e covarde.
Ao passo que há homens truculentos cheios de bem 
e bom talento.

Por detrás do barbudo pode haver
o bom e raçudo.

Por detrás da ovelha, 
pode haver,
o lobo que te espreita.

Assim é a vida.
Aja paciência para quem julga 
pela aparência.

Por isso aprenda logo,
logo que puder,
entenda, que a aparência,
as aparências,
são somente a ilusão dos fatos e vidências.


                      Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

A Partícula que Dói

Num mundo infinito,
talvez quantitativamente,
mas com certeza qualitativamente,
Existe uma partícula que dói.
Uma ínfima partícula que insiste em existir.

Nesse universo infinito e caleidoscópico,
Essa partícula, 
ainda tira cutícula.
A partícula se acha importante e segue adiante.
Ela têm livros na estante.

Algumas partículas bebem para não se perturbarem 
nesse semblante.
Outras usam calmantes.

Nesse semblante não há livro que caiba na estante.
Não há estante que caiba na sala.
Não há sala que caiba na casa.
Assim percebemos que a partícula realmente brilha, 
e é importante.
Pois realmente ela é maior do que todo o universo que habita.
Assim como o livro na estante.

O célebre não cabe em seu cérebro.

Assim a "cura" da dor da partícula,
não pode nunca advir do incidir no cérebro "de existir".

Perdida nesse universo, 
a partícula pode se achar ainda, 
perdida num bar.
Ou se encontrar na poesia que jorra, 
da mulata rebolar.

A partícula poeta pode ouvir música de fúsil
e tiro do piano.
A partícula faz parte de outro plano.
Daí desalento e desengano.
Ou amor 
e sabor.

A poesia trata da alma.
Enquanto a neurologia do cérebro.
O célebre, se constitui de alma (psiquê) 
e cérebro juntamente com outros órgãos (corpo físico).

A partícula senta à mesa, janta e vai dormir...
Agora ela é só "livro"...
A "estante" parece sumir adiante...

A partícula é o ser que sabe que é.
Enquanto o mundo simplesmente é o que é.

Desse conflito nasce a dor.

A dor a mantêm nesse ardor.

Como uma gota d'água,
que têm a tenção superficial para manter a sua existência.

Pensar em abolir a dor, 
é a ilusão da própria dor.

Na verdade abolir a dor é algo meio canibal,
que terminaria mal.

A partícula que se compreende pequena, 
torna-se grande e expande.
Justamente como o livro que não cabe na estante.
A partícula, sou eu, você, 
nesse instante.


                      Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

Sociedade Androide

Tudo que mexe assusta aquele que está parado,
congelado ou dopado.

A sociedade Androide continua na sua marcha robótica,
em direção ao abolir da emoção.

Comportamento 
sem argumento.
Comportar rima e deriva 
de aprisionar.

A solução sempre foi a educação.
Mas todos sabemos que onde manda o capital selvagem,
A única saída tem se crido, 
é a prisão e sacanagem.

É fácil convencer 
"descerebrados" a crer,
que esse é o amanhecer.
Ver o sol nascer quadrado,
em casa, diante do monitor da TV.

Abobrinhas vezes abobrinhas,
até você obedecer 
e comprar o que o sistema quer lhe vender.

Money... money... money...

"Faça isso!"
"Se comporte assim!"
"Compre esse carro!"
"Não falte o compromisso!"
"Coloque o despertador!"
"Não se atrase nunca!"
"Cale a boca!"
"Se ficar difícil chamamos o Doutor!
Vai te dar um cala boca pra tomar, 
e você vai ter que engolir,
nem pense em cuspir!"

"Siga dopado com o sorriso pago!
Pago pelo sistema!"

Então no fim a ferrugem corrói a própria máquina.
E o paraíso se torna inferno.
Mas a vaidade, 
lhes fazem, 
morrer artificialmente sorrindo,
e de 
terno fino.

                 Rodrigo Jorge Bucker - Rio de Janeiro 2012

Ver ou Enxergar?

Ver ou Enxergar?

Ele viu aquilo,
mas não enxergou.
Ele viu a pedra,
mas mesmo assim nela tropeçou.

Há cegos que enxergam muito mais que muita gente até de quatro olhos.
Há homens que vencem uma batalha com os braços para trás.

Ver ou enxergar?
O preconceito é totalmente cego.
A pessoa vê,
mas não é capaz de reconhecer
o equívoco que isso lhe trás.

Muita gente prefere tapar os olhos ou o sol com a peneira.
Mas o pior é sempre tapar a alma que quer enxergar.

Assim como existem muitos ricos pobres,
existem muitos videntes cegos.

Precisamos do olho para enxergar.
Mas assim como precisamos da luneta para ver a lua,
não há visão, 
sem um Homem na outra extremidade então.

Então, 
quem enxerga meu caro amigo?
Abra o seu olho e dê um sorriso.
E nunca esqueça, que o “cego”, 
pode ser o seu amigo.

                     
                  
                    Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

Mendigos de Terno




Mundo doente...
Mendigos de terno pensam que são gente.

Mundo doente.
Sociedade industrial carente.
Esmolam amor.
Mas geram a própria dor.

O burguês come caviar.
Mas espera ninguém olhar pra poder arrotar.

Carentes eloquentes que matam muita gente.
Gostam de ver MMA na TV.
Mas não querem lutar.
Querem roubar.

Eles têm medo de apanhar.
Não suportam nem se arranhar.
Mas gostam de ver os outros se ferrar.

Muito sociólogo de papel.
De frescoróra pegando arzinho no saco ao léu.
E a noiva que mais deu ainda casa de véu.

Os mendigos de terno ainda posam de fraternos.
Valorizam seus ternos.
Que copiaram de modelos europeus.
Europeus que moravam em castelos.
Castelos que aparentam belos.
Mas que, quase sempre, em seus interiores existiam reis podres.
E não nobres.

Esses mendigos,
Na verdade mais pobres que qualquer um.
Não titubeiam em destruir vidas.
Isso em nome de suas vaidades e ruindades.

Pobres...
Vamos rir desses “nobres”.

Sinto muito, mas não me adapto a isso.
Uma ilusão total.
Um social descompromisso.
Bandido e omisso.

A burguesia fede mal.
E pensa poder comprar seu astral.
Na farmácia e tal...

Mendigo de terno é um bandido visto de perto.
A justiça já está feita.
Enquanto assim,
Eles cavam seu próprio fim.



                       Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2013

Beleza Enjaulada

Quando um homem coloca um belo pássaro na gaiola,
ele busca congelar, 
petrificar a beleza daquele momento à voar.
Mas isso há de acabar.
Nunca podemos congelar aquilo que sabe voar.

É o mesmo que o matar ou torturar.
Assim como o amor e sua partida que não suportamos olhar,
o pássaro sabe e insiste em voar.

Na ilusão infantil de que podemos perdurar as coisas,
não contemplamos nem mesmo o momento maravilhoso do pássaro em seu voo orgulhoso.

O ego humano lhe confere todo mal humano.
Mas humano, demasiadamente humano.

O pássaro uma vez preso pode imitar essa característica humana,
e deixar de lado suas caçadas rasantes,
em nome de um suposto conforto e comida a gosto.

Mas jamais será pássaro se assim permanecer.
Será um pássaro enlouquecido,
enjaulado e ligando tão pouco.

A sabedoria mostra o poder do momento e a ilusão da eternidade.
Eternidade sempre rimou e rima com vaidade.

Vaidade rima com desumanidade.
Há de se ter a boa vaidade,
Que justamente lhe orgulha da simplicidade.

Há de se andar de cabeça erguida,
mas por saber que você manda em sua vida.
Há de voar pássaro...
Todo pássaro livre volta ao “dono” e seus braços.


                Rodrigo Jorge Bucker – Niterói - 2012

Herói Sem Palmas

Palhaço sem riso
Diamante sem valor
Fui tudo isso e agora entendo com amor

Palhaço sem máscara
Amor sem dor
Fui tudo isso e compreendo o amor

Dinheiro sem nota
Casa sem porta
Gordo sem torta
Fui tudo isso

Dom Quixote sem Cervantes
Sexo sem amantes
Amor com calmantes
Tomei tudo isso e quase me matei de amor

Cachaça sem graça
Nuvem sem fumaça
Cidade pequena sem igreja
Bar sem cerveja
Tomei todas que alguém me pagou
Apenas me magoou
Remédio sem doença se chama amor

Palhaço sem circo
Criança sem brinquedo
Fumante sem isqueiro
Vaidade sem espelho

Fumaça sem cinza
Lucidez com pinga
Fui tudo isso
E descobri o amor

Música sem som
Visão na escuridão
Queda sem chão
Fui tudo isso meu irmão

Herói sem palmas é herói duas vezes.

               Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

O Gado e o Homem

Avistei aquele rebanho...
Haviam cercas por todos os lados,
e os gados ali, cercados.

Os homens haviam cercado muito bem aqueles gados.
À noite se reuniram em volta de uma grande fogueira,
Como era de costume.
Então no meio da conversa um indagou:
- Quem está cercado aqui?
A pergunta desnorteou todos.
E a resposta imediata do grupo foi:
- Ta maluco!?
O fazendeiro filósofo riu e retrucou:
- Será que eu sou o maluco?
Imperou o silêncio...
E aí ele chorou.
E disse em um tom alto, grosso sério e pontual:
- Passamos nossas vidas vigiando os gados. E eles não estão nem aí. Eles são gados e continuam livres independentemente de nossas cercas e atos. Nós somos os merdas aqui! Nós somos os reais prisioneiros!
Se o gado compreendesse nosso ato ele entenderia como maldade, e jamais seria “o gado” novamente. Seria meio homem! Seria meio mal! Então ele “escolhe” ser livre. Livre de nós! Estamos aqui cercando apenas a nós mesmos.
Imperou o silêncio...
Todos se entreolharam...
E choraram...
Num choro tão másculo e humano como nunca vi.
Realmente homens não choram. Homens derramam poesia por seus olhos.
Então no mesmo silêncio e sem um verbo que desse conta desse momento, todos e ao mesmo tempo abriram a porteira.
Então aquele fazendeiro filósofo disse ainda:
- Não esperem gratidão dos gados também não. Ou incorreriam no mesmo erro. Apenas sejam livres, livres juntos com seus irmãos gados.
Os homens secaram as lágrimas e ainda meio perdidos se mantiveram mudos.
Então um gado mugiu... Parecia agradecer.
Naquela fazenda ficou estabelecido que os gados só poderiam ser abatidos por meio da caça, e que nunca mais de um vaqueiro poderia caçar ao mesmo tempo o mesmo gado.
Naquela noite não foram os gados livres, não foram os gados que ganharam a liberdade. Mas sim, alguns vaqueiros. Vaqueiros que conheceram a filosofia e seu objetivo de sempre: A LIBERDADE.

                          Rodrigo Jorge Bucker - 2012

Livre com a Mariposa

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Mas o que importa afinal.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (2x)

Eu ia tomar banho.
Estava com a cabeça cheia e tal.
Foi quando a vi, logo ali.
Estava se afogando dentro do meu box.

Dentro do box (2x)

Eu estava tão estragado, que pensei alguns segundos:
Salvo ela ou a deixo morrer?
Pois viver nesse mundo talvez seja pior, pensei.
Eu queria me matar (2x)
Mas não resisti em ver a mariposa se afogar e suplicar:
Me salve! (2x)
Help!

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (2x)

Num impulso repentino e divino
Peguei um cotonete e com amor...,

Com amor... (2x)
Tirei a mariposa da dor.

E num momento divino.
momento divino.
Levei-a ao basculante.
Falei baixo e pensei alto:
Seja livre!!!

Não sei o que aconteceu.
Não sei.
Só sei que naquela noite fui livre junto com a mariposa.
Livre junto (4x)

Num instante alucinante eu era a mariposa. (2x)
Eu era a mariposa, eu era aquele amor que a salvou.
E me libertei com ela.

           
                 Raulzito S. Além - Rio de Janeiro 2012

A Mulher e a Lua


Lua no céu
A estrela do lado
E o homem a sonhar por onde vai vagar

Na estrela mais bela
Ou no sorriso dela
Dela ou daquela mais bela

Lua no céu e o amor na favela
Ou o esplendor dela na janela

O poeta pode ver a lua nela ou ela na lua
A poesia pode mostrar a lua em pleno dia
Ou a dama na vadia

O poeta descobre antes da física a ordem do caos e o caos da ordem

O poeta sabe que cabo de vassoura vestido pode ser gente
E que o feio pode ser bonito
Dependendo da gente

O poeta sabe sem drama 
Que quanto maior o cerco maior a trama
E sabe que burros fazem prisão
Mas sábios fazem educação.


                        Rodrigo Jorge Bucker - Niterói 2012

Brinde os Inimigos

Só pode ter inimigos aquele que é bom.
Ser bom causa inveja 
do seu dom.

Mas não é motivo pra desanimar não.
Ao contrário, mostra que és mesmo o bom.

O ruim não tem muitos inimigos, 
justamente por serem seus “inimigos” os bons.
Que como bons sabem de sua ilusão.
Deixando pra lá eles então.

Agora o bom não.
Pra saberes se és bom então, 
conte quantos te agouram e invejam 
com suas emoções em vão.
É que tu és Rei Leão!
Invejado e aclamado pelas hienas da solidão.

Nunca dê ouvidos aos risos das hienas.
Preste atenção apenas em seus dentes e se defenda.
Elas riem pois não sabem fazer muito além disso.

Leões não!
Leões rugem com emoção.
São os Reis por isso então.
Reis valentes e de coração.

A diferença entre homens de honra e simplórios, 
sempre foi essa meu irmão.

Os de honra falam pela frente 
e não temem nenhuma gente.

Os simplórios, já vivem se escondendo de si mesmos.
Vivem com medo da própria sombra, 
não sabem do valor da honra.
E assim não olham nunca para si. 
Na verdade nem sabem quem são. 
Usam máscaras e morrem de medo do Leão.
Restando a inveja dos Leões, que lhes causam tanto incomodo, 
por apontarem suas fraquezas, que nem pensar, 
querem olhar. 

Como diria Cazuza: “vamos pedir piedade para essa gente careta e covarde. 
Vamos pedir piedade. 
Pra quem vê a luz mas não ilumina suas minicertezas”.

                    Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

A Esfinge (A ironia é a chave do céu)


Decifra-me ou te devoro!

Einstein passava pelo Egito, quando se deparou com a Esfinge.
A Esfinge disse:
Decifra-me ou te devoro grande homem.
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

Einstein se viu sem saída e falou:
Ok, tenho certeza que temporalmente mais espacialmente vezes quatro mais cinco segundos a partir de agora, tu és a energia vezes a matéria, ou talvez a partícula de Deus.

A Esfinge olhou prum lado pro outro, e... sssgggaarrffffkkkkk, estraçalhou o jovem Einstein.

Freud passava pelo Egito, quando avistou a Esfinge.
A Esfinge disse a ele:
Oh grande sábio, decifra-me ou te devoro!
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

Freud pensou... e um ato falho cometeu:
Ok, tudo bem... É só o meu pênis.
Ops, digo... quero dizer, vamos lá...
Tenho certeza que seu problema é o “complexo de Cleópatra”.
Você sempre quis ser ela e ter todos aqueles pênis a sua volta...
Humm!?

A Esfinge gargalhou, quase passou mal de tanto rir.
E falou:
Boa tentativa Dr. eminente Freud, quase conseguiu me matar, me matar de tanto rir. 
kkkkkk
Mas, mas...
SSSSSSSSSgrgrgrgrffffffffkrkrkrkrkcrakapuffff!!!!!

Não sobrou nem pó do fumo do cachimbo de Freud.

Um pouco mais a diante passava um menino de 15 anos bem na frente da Esfinge...

A Esfinge era imparcial, e disse ao menino o de sempre:
Decifra-me ou te devoro!
Eu sou o simbolo da verdade do mundo.
Tens 10 segundos ou te devoro.

O garoto olhou pra Esfinge com uma cara meio desolada, e disse:

Puta que pariu!
Você é totalmente louca ou o que?
Se Einstein e até Freud não deram conta dessa merda, que dirá eu cacete!
Vai a merda!

E a Esfinge quieta...

O garoto então abaixou o short, virou-se de costas pra Esfinge e BRUUUUUFFFFFF, peidou na cara dela.
E disse:
vai fundo que eu to fervendo!
Pode me devorar que vai ter uma dor de barriga desgraçada!

O garoto fechou os olhos, contraiu todo o seu corpo e esperou por ser devorado com um ultimo suspiro profundo de ar.

Passaram-se alguns segundos e nada...

O jovem abriu os olhos e onde estava a Esfinge gigantesca, agora não havia nada, nenhum sinal da Esfinge, nada nada.
Era atordoante aquele silêncio.

O jovem manteve-se parado e meio em choque indagou:
O que que tá havendo?

Então uma voz falou:

Muito bem meu jovem, muito bem!
Na verdade eu ainda estou aqui mesmo.
Eu, a Esfinge sou imortal.
Mas não mais para você meu jovem.
Você me decifrou, e então se libertou.
Ao me ironizar e me gozar você descobriu que no fundo nada na vida é sério, ou deve e pode ser explicado tão a fundo.
A explicação é a maior ilusão de todo homem.
Muitos homens, grandes homens, inteligentíssimos de todos os tipos e áreas que podes imaginar, foram devorados por mim, devido a esse pecado original.

O pecado da razão.
O pecado que lhes tira o chão.
A explicação.
Toda explicação pede outra e aí se faz a confusão.

A explicação é uma mamadeira sem fim que termina por matar muitos homens que não se deixam saciar, e continuam a buscar, a beber e por fim derramar.
O segredo da vida é o ponto.
Tudo que excede encontra-se no mesmo ponto de partida, a angustia.

Parabéns meu caro! Siga em frente e não esqueça dessa lição.
Esfinges voltaram a lhe testar.
Derrote-as sempre!
Bravo!!


             Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

Camaleão Político

Na igreja eu como Ostia.
Na missa eu sou vigário.
Pra ganhar seu voto eu saio ou entro do armário.

Na igreja eu como Ostia.
Na missa eu sou vigário.
Não sou nenhum otário.
Pra ganhar seu voto viro peixe e moro até num aquário.

Na igreja eu como o padre.
Na missa assalto até o vigário.
Pra ganhar seu voto eu finjo o bom e até o otário.

Na igreja eu finjo o padre.
Na missa chamo o vigário de otário.
Pra ganhar seu voto viro até pedófilo ou durmo com o necrófilo dentro do armário.

Na igreja eu chamo o padre,
e tomo todo o vinho do vigário.
Pode me chamar de corrupto,
mas não de otário.

Eu sou o político sim senhor.
Se me prenderem, construo uma mansão onde agora é prisão.

Ai ai ai político safado me distrai.


                        Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012





Poesia Antidepressiva

Toda vez que uma linda mulher te desprezar 
e te vetar,
lembre que ela também vai no banheiro cagar.

Toda vez que seu dinheiro acabar,
lembre que isso faz amanhã você ter que se mexer para novamente ganhar.

Toda vez que pensar que o mundo vai acabar,
pense que seu chefe também vai evaporar.

Toda vez que perder o sono a noite,
lembre que é melhor não dormir do que ver sua casa cair.

Toda vez que lembrar que podia ser rico,
lembre que ao chegar lá pode não saber onde gastar.

Quando pisar numa bosta,
não se esqueça que é você quem está por cima.
Então sorria não perca a rima.

Toda vez que lembrar que deveria ir naquela festa de burguês,
lembre que ao menos vai comer outra vez.

E toda vez que te assaltarem,
Imagine uma doação involuntária 
elaborada por Deus nosso senhor. 
E quando seu rabo enrabarem,
não se esqueça que sem vaselina seria muito maior a dor.
E finalmente, quando acabar de ler essa merda aqui,
ria muito sim senhor!

E lembre, que se Deus não fosse o maior humorista do mundo, 
não teria nos feito com tanto prazer ao sorrir.
E é lógico, 
não nos teria dado essa cara 
de macaco meio arrumado.


                        Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

Na Sua Mão

Quem anda na contramão 
corre o risco de bater de frente contra a multidão.

Mas pode ser que tenha mais cabeça e os pés no chão.
Por isso pareça na contramão.

Mas afinal quem vai na mão?
Afinal o que é certo então?

Não tenha medo não meu amigo, 
de andar na contramão.
Pode ser que depois todos sigam a sua direção.

Mas se não...
Sem problemas, 
você está na sua.
Na sua mão, intenção e direção.
E sempre respeitando a lei então.
Estar na sua mão,
nunca quer dizer ilegal irmão.

Isso é ser livre então.
Estar na sua direção e com boa intenção.

Seguir o fluxo é o mais fácil para muitos.
Menos gasto energético.
Quase osmose.

Enfim uma overdose do mesmo.
O mesmo é bom, 
mas se muito igual acaba com qualquer astral.
É isso aí pessoal.

                
                   Rodrigo Jorge Bucker – Niterói 2012

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In his hand (Music)

 
Who walks in the opposite danger of hitting its head against the crowd.

But you may have more head and feet on the ground.
So look in the opposite direction.

But after all who goes in hand.
After all what is right then.

Do not be afraid not my friend walking in the opposite direction.

It may be that after all follow your direction.

But if not.
No problem, you're on your own.
In its intention and direction.

This is to be free then.
Being in his direction and with good intention.

Following the flow is easier to many.
Less energy expenditure.
Almost osmosis.

Finally an overdose of the same.
The same is good, but it ends up much the same with any mood.

That's it folks.


                 Jorge Rodrigo Bucker - Niterói 2012